Os Estados Unidos lembram neste sábado os nove anos dos atentados terroristas do 11 de Setembro, em meio a um clima de crescente tensão religiosa entre islamistas e cristãos.
O combustível é a polêmica sobre a construção de uma mesquita e um centro de cultura islâmica no Marco Zero, local do ataque a Nova York em 2001, e também a ameaça de um pastor protestante do estado da Flórida de queimar o Alcorão, livro sagrado do Islã.
Na manhã deste sábado, em entrevista na TV, o pastor Terry Jones afirmou ter desistido definitivamente de queimar o livro sagrado.
A queima do Alcorão, de acordo com o reverendo, seria uma resposta ao radicalismo islâmico e ao fato de que ele estaria pautando a agenda política americana.
A intenção de queimar o livro sagrado foi alvo de várias críticas. O secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, alertou que ela deixaria em risco as tropas norte-americanas no Afeganistão e no Paquistão.
Os americanos têm fronts nestes países para combater a rede terrorista da al-Qaeda, que assumiu os atentados do 11 de Setembro.
O governo dos EUA e a Interpol alertaram para a possibilidade de ataques terroristas pelo mundo caso a queima do Alcorão realmente ocorresse.
Sob forte esquema de segurança, cerimônias oficiais devem ocorrer, a exemplo dos anos anteriores, nos locais dos ataques de 2001.
O presidente Barack Obama deve participar da cerimônia no Pentágono.
Seu vice, Joe Biden, vai ao Marco Zero, onde ficavam as torres gêmeas do World Trade Center, destruídas em um ataque com dois aviões sequestrados que matou 2.752 pessoas.
A primeira-dama, Michelle Obama, irá com sua antecessora, Laura Bush, a Shanksville, na Pensilvânia, onde caiu o avião sequestrado do voo 93 da United.
Tolerância e risco
Na véspera do 11 de setembro, Obama fez um apelo à tolerância religiosa, lembrando que há milhões de muçulmanos cidadãos americanos, inclusive lutando no Afeganistão, e que eles não são diferentes dos demais.
Ao mesmo tempo, o governo americano divulgou um relatório que fala sobre o risco crescente de terrorismo interno.
Obama insistiu, em entrevista nesta sexta, que capturar ou matar o líder da al-Qaeda, Osama bin Laden, continua sendo uma prioridade.
"Não resolve todos os nossos problemas, mas continua sendo uma prioridade máxima para essa administração", disse. Ele advertiu, no entanto, que o combate aos extremistas ainda "levará algum tempo".
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