segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Terra natal de Tiririca não encontra registros de sua alfabetização

Terra natal de Tiririca não encontra registros de sua alfabetização
No título de eleitor ele declara ter ensino fundamental.
Ameaçado de ficar sem a vaga de deputado federal em razão da suspeita de ser analfabeto e de ter fraudado sua declaração de escolaridade, Francisco Everardo Oliveira Silva, o Tiririca, de 45 anos, é uma celebridade nas ruas de Itapipoca, cidade natal do humorista.

Em uma conversa com diretores dos quatro colégios mais antigos da cidade, o Anastácio Alves Braga, o Joaquim Magalhães, o Murilo Cerpa e o Monsenhor Tabosa, afirmaram que não encontraram documentos sobre a vida escolar do deputado que mais recebeu votos no Brasil. A reportagem falou também com amigos e com o prefeito da cidade natal do humorista. "Fizemos uma investigação no arquivo morto, no diário de classe e no livro de matrículas, mas não encontramos nada", disse a coordenadora do colégio Anastácio Alves Braga.

Tiririca também não passou pelo Murilo Cerpa, fundado em 1975. "Não há nos arquivos o nome dele", disse a diretora Maria Lucivanda Soares, de 40 anos. A diretoria do colégio Monsenhor Tabosa, fundado há 43 anos e afastado do centro, também disse não ter registro da matrícula de Tiririca.

Apesar da falta de registros oficiais, não é possível garantir que Tiririca não tenha estudado, já que grande parte das crianças da periferia se preparava em casa antes de ingressar na escola formal. E ele vivia de forma itinerante com a família entre os bairros Picos, Jenipapo e Olho D'Água, na periferia pobre da cidade. Moradores dos bairros onde Tiririca viveu reforçam a possibilidade de ele ter tomado aulas de ensino fundamental em casas particulares.

Ele é alvo de duas representações na Justiça. Uma delas já foi aceita pelo juiz da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, Aloísio Sérgio Rezende Silveira, que deu prazo de dez dias para que a defesa de Tiririca se manifeste. Nesta representação, o promotor afirma que Tiririca é analfabeto, o que descumpre uma exigência constitucional para aqueles que pretendem ocupar cargos eletivos. A outra tem relação com a possibilidade de o candidato ter falsificado a declaração de próprio punho entregue ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). O documento é um substituto para comprovante de alfabetização.

Logo após o encerramento das votações, Tiririca desembarcou em Fortaleza no próprio domingo (3), para descansar da campanha e se afastar da polêmica em torno de sua escolaridade.

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