quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Mundo : Em missa, Bento XVI alerta britânicos sobre ilusão do sexo e das drogas

O Papa Bento XVI advertiu nesta quinta-feira (16) aos jovens sobre a ilusão que representam tentações como a droga, o sexo e o álcool, em uma missa ao ar livre realizada no parque Bellahouston de Glasgow, no primeiro dos quatro dias de sua visita ao Reino Unido.
"Há muitas tentações que vocês devem enfrentar a cada dia - droga, dinheiro, sexo, pornografia, álcool - e que dizem que darão felicidade, quando, na verdade, estas coisas são destrutivas e criam divisão", declarou o Papa diante de cerca de 60 mil pessoas reunidas no mesmo cenário onde seu antecessor, João Paulo II, oficiou uma missa há 28 anos.
"Só uma coisa permanece: o amor pessoal de Jesus por cada um de vocês. Busquem-no, conheçam-no e amem-no, e ele os libertará da escravidão da existência deslumbrante, mas superficial, que a sociedade atual propõe frequentemente", insistiu o Papa em sua homilia aos fieis escoceses.
"Deixem de lado tudo o que é indigno e descubram sua própria dignidade como filhos de Deus", acrescentou.
Bento XVI também disse que os fiéia não devem ter medo de manifestar sua fé.
"Há alguns que agora procuram excluir a crença religiosa do discurso público para até mesmo mostrá-la como uma ameaça à igualdade e à liberdade", disse.
PedofiliaMais cedo, Bento XVI fez uma de suas mais claras críticas à forma como a Igreja tratou os escândalos de pedofilia no clero, e pediu ao país que tome cuidado com o "secularismo agressivo."
Horas antes de pousar, a bordo do avião em que iniciou sua viagem de quatro dias ao Reino Unido, ele disse a jornalistas que se sentia chocado com a "perversão" do clero.
Defensores das vítimas dos abusos sexuais dizem que os líderes da Igreja deveriam assumir uma maior responsabilidade moral e jurídica por terem feito vista grossa aos escândalos nos Estados Unidos e em vários países da Europa.
O papa tem de manter um delicado equilíbrio nas suas relações com a Igreja da Inglaterra (Anglicana), depois de ter proposto, em outubro passado, que fossem facilitadas as regras para a conversão ao catolicismo de anglicanos insatisfeitos com a ordenação de mulheres no clero e a nomeação de homossexuais como bispos.
Isso ficará especialmente claro nesta sexta-feira, quando o papa se reúne com o arcebispo de Canterbury, Rowan Williams, chefe da Igreja da Inglaterra, em Londres.
Na quinta-feira, depois de ser recebido pela rainha Elizabeth II -oficialmente a chefe da Igreja da Inglaterra, fundada por Henrique VIII ao romper com Roma em 1534--, o papa falou das "profundas raízes cristãs que estão presentes em cada camada da vida britânica".
Esta é apenas a segunda visita de um papa à Grã-Bretanha, e vários grupos planejam protestos --inclusive de ateus, organizações laicas e de pessoas que desejam responsabilizar penalmente o pontífice pelos abusos sexuais.
No seu primeiro discurso como pontífice em solo britânico, Bento XVI fez um alerta contra o extremismo, e disse que as tentativas de eliminação de Deus pelos regimes totalitários do século XX deveriam servir como "lições de humildade" sobre a tolerância.

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