Enquanto tentam voltar à rotina, um dia após a ocupação do Conjunto de Favelas do Alemão, na Penha, Zona Norte do Rio, moradores ainda enfrentam a falta de energia elétrica. A situação estaria assim desde a manhã do último sábado (27), dia que antecedeu a megaoperação na comunidade.
“A situação está tranquila, por enquanto, mas o fornecimento de energia ainda não foi restabelecido até agora. E não temos nenhuma previsão de quando a luz vai voltar”, reclamou uma moradora que não quis se identificar.
Em nota, a Light, empresa responsável pelo fornecimento de energia na região, informa que técnicos "continuam trabalhando para normalizar completamente o fornecimento de energia em algumas localidades do Complexo do Alemão, mas seguindo as orientações da Secretaria de Estado de Segurança".
A doméstica Maria Ester, de 57 anos, conta que a falta de luz não é o único problema enfrentado pelos moradores na manhã desta segunda-feira (29).
“A entrada da polícia na comunidade foi pacífica, quase ninguém reagiu. Só que eles estão desrespeitando os moradores. Estão arrebentando as portas quando não encontram ninguém nas casas. O povo tem medo de abrir a boca, esse é o mal do brasileiro. Mas temos que falar, reclamar e exigir dos nossos governantes”, declarou Maria Estér.
Volta à rotina
A manhã desta segunda foi de normalidade para parte dos moradores da favela, que ocuparam as ruas, pontos de ônibus e estabelecimentos comerciais no entorno do complexo. Foi o caso da dona de casa Edna Maria Gonçalves.
A manhã desta segunda foi de normalidade para parte dos moradores da favela, que ocuparam as ruas, pontos de ônibus e estabelecimentos comerciais no entorno do complexo. Foi o caso da dona de casa Edna Maria Gonçalves.
“Vou levar minha filha Beatriz, de 7 anos, para uma sessão de fonoaudiologia. Na semana passada, fiquei com medo e ela acabou faltando”, reconheceu Edna.
A doméstica Jussara Ferreira, de 46 anos, também aproveitou a tranquilidade na região para voltar ao trabalho. Ela compara a situação atual com os anos que diz ter vivido à mercê do medo.
“Antes da polícia chegar, a gente quase não saía. Era do trabalho pra casa e de casa para o trabalho. Agora penso em mudar essa rotina um pouco. Torço para que essa situação permaneça”, disse Jussara.
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