terça-feira, 9 de novembro de 2010

Obama apoia vaga permanente para a Índia no Conselho de Segurança

Em visita à Índia, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta segunda-feira (8)  que poderia apoiar o pedido da Índia de ter um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU - iniciativa que poderia consolidar as relações cada vez mais próximas entre os dois países.
'Nós discutimos a necessidade de instituições internacionais, de refletir as realidades do século XXI', disse Obama durante uma entrevista conjunta com o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh.
'Falarei sobre a questão de um assento permanente para a Índia em meu discurso no Parlamento, hoje', declarou Obama.
Obama está realizando um giro por países asiáticos, que incluirá ainda a Indonésia, Japão, e Coreia do Sul, onde se realizará esta semana a cúpula do G20.
Brasil, Alemanha, Índia e Japão pediram em setembro deste ano a ampliação da quantidade de membros do Conselho de Segurança da ONU, com a adesão de vários membros permanentes e não permanentes. No final de uma reunião realizada na missão do Japão, os ministros reiteraram "a necessidade de uma reforma urgente do Conselho de Segurança, que poderá incluir a expansão de membros tanto permanentes como não permanentes".
Obama abraça o primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, após entrevista coletiva para a imprensa em Nova Déli
Especialistas em política externa avaliam que os Estados Unidos apoiam a Índia no terreno econômico e diplomático por considerá-la um bom contrapeso frente a uma China cada vez mais poderosa.
Mas os elogios americanos se devem também ao fato de que o crescimento da economia indiana acontece e se consolida em um contexto de crise financeira que afetou profundamente os países ocidentais.
Caxemira
Obama disse ainda que os Estados Unidos não podem impor uma solução sobre a disputada região da Caxemira ou sobre qualquer outro conflito entre Índia e Paquistão, durante sua visita a Nova Délhi.
"Acredito que Paquistão e Índia têm interesse em reduzir suas tensões" bilaterais, declarou Obama, respondendo a uma pergunta sobre a Caxemira na entrevista coletiva na capital indiana. "Mas os Estados Unidos não podem impor uma solução para estes problemas".
Desde sua independência, em 1947, Índia e Paquistão já lutaram três guerras, duas delas pela Caxemira, região fronteiriça que tem dois terços controlados por Nova Déli; os dois países, no entanto, clamam a totalidade de seu território.
Obama já havia feito um apelo no domingo para que as duas potências vizinhas trabalhem juntas para resolver suas disputas, destacando que Nova Déli tem muito a ganhar se seu vizinho e rival tiver êxito no combate ao extremismo islâmico.
A primeira-dama americana, Michelle Obama, conversa com estudantes indianas nesta segunda-feira (8)
No domingo, o presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, lamentou que a Índia não esteja respondendo "de maneira positiva" à "abertura" do Paquistão no processo de paz entre ambos.
O governo paquistanês "se esforçou em sua abertura de paz à Índia", declarou Zardari, citado em um comunicado da presidência.
"Seria muito difícil que (a Índia) recebesse nossas iniciativas e respondesse a elas de maneira positiva", indicou, sem especificar quais seriam estas iniciativas.
O presidente paquistanês voltou a admitir que os ataques coordenados de novembro de 2008 em Mumbai, atribuídos pela Índia a um comando islamita treinado e equipado no Paquistão, "minaram os esforços de paz", mas destacou que "o Paquistão coopera para encontrar e levar à justiça aqueles que o perpetraram".

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