Comércio fechado, ruas vazias e pessoas andando com pressa. Na Avenida Brás de Pina, uma das principais da Penha, no subúrbio do Rio, esta quinta-feira (25), como nos últimos dias, tem escapado da rotina. O local é um dos acessos à favela Vila Cruzeiro, onde a polícia faz operações contra os traficantes. Há quem saia de casa só para ver os blindados da Marinha e da polícia, que viraram atração no bairro, mas alguns moradores se escondem.
“Eu me sinto uma prisioneira por não poder sair de casa. É muito triste. Parece cena de filme”, conta a dona de casa Rosa Borges, de 57 anos, sobre os tanques e o “Caveirão”, o carro blindado do Batalhão de Operações Especiais da PM (Bope), enfileirados em frente ao prédio dela. “Moro aqui há 20 anos e é a primeira vez que vejo isso. Tenho mudo medo”, afirma a mulher que assistia a tudo atrás das grades da janela.
“Estou apavorada”, desabafa Luciara da Silva, 47, que esperava um ônibus para voltar para casa, por volta de 16h30. “Está demorando muito. Normalmente, é rapidinho.” A dona de casa diz que não teve escolha e precisou ir à Penha nesta quinta. “Tem uma irmã internada no (hospital) Getúlio Vargas. Tive que vir”. A unidade hospitalar tem sido referência na região para o atendimento de pessoas feridas nos confrontos da polícia com os bandidos.
“Estou apavorada”, desabafa Luciara da Silva, 47, que esperava um ônibus para voltar para casa, por volta de 16h30. “Está demorando muito. Normalmente, é rapidinho.” A dona de casa diz que não teve escolha e precisou ir à Penha nesta quinta. “Tem uma irmã internada no (hospital) Getúlio Vargas. Tive que vir”. A unidade hospitalar tem sido referência na região para o atendimento de pessoas feridas nos confrontos da polícia com os bandidos.
‘Atração turística’
O comerciante José Antônio da Silva, 33, foi à Penha “para fechar um negócio” e pretendia voltar para casa mais cedo do que o previsto. “Essa violência do dia a dia assusta.” Tensas, muitas pessoas não quiseram dar entrevista, mostrar o rosto. O clima era de apreensão para alguns. Para outros, era a chance de ver de perto veículos militares só vistos pela televisão ou no cinema.
O comerciante José Antônio da Silva, 33, foi à Penha “para fechar um negócio” e pretendia voltar para casa mais cedo do que o previsto. “Essa violência do dia a dia assusta.” Tensas, muitas pessoas não quiseram dar entrevista, mostrar o rosto. O clima era de apreensão para alguns. Para outros, era a chance de ver de perto veículos militares só vistos pela televisão ou no cinema.
Era o caso de um funcionário público que levou seu filho de 15 anos até a Avenida Brás de Pina para ver os blindados e os soldados armados com fuzil de perto.
“A gente só vê isso (os veículos) nas paradas militares”, diz o homem, que não quis se identificar e tirava fotos da movimentação policial com o celular. Ele conta que mora na Avenida Brás de Pina, em um ponto mais afastado da entrada da favela, e jura não temer ir para rua. “A gente tem que mostrar para eles (criminosos) que não tem medo".
O funcionário público, de 51 anos, mostra otimismo com a ofensiva da polícia na Vila Cruzeiro. “Antes tarde do que nunca. Essa é a atuação das forças do estado para não deixar correr solto". Já para um professor de química, que também não quis revelar o nome, as operações não terão efeito daqui a um tempo.
“A longo prazo isso não resolve. Só a curto prazo. É tudo uma questão de educação”, afirma ele, que tirava fotos dos blindados. “Vou mostrar para os meus alunos. É inédito".
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