O presidente sul-coreano prometeu, nesta quinta-feira (25), aumentar o número de militares na ilha atingida por um ataque norte-coreano, e em mais quatro, enquanto o Norte alertou para mais bombardeios caso o Sul faça "qualquer provocação militar imprudente".
Seul e Washington aumentaram a pressão sobre a China para que ela use sua influência sobre a aliada Coréia do Norte para aliviar as tensões crescentes, após uma troca de tiros terça-feira que deixou quatro mortos sul-coreanos - incluindo dois civis. A China pediu que ambos os lados mostrassem moderação.
O bombardeio da Coréia do Norte na pequena ilha do Sul ao longo de uma fronteira marítima disputada - o primeiro ataque do tipo em uma área civil - alarmou os líderes mundiais, incluindo o presidente americano, Barack Obama, que reafirmou os planos para manobras conjuntas com Seul envolvendo um porta-aviões movido a energia nuclear no Mar Amarelo a partir deste domingo.
A Coreia do Norte não fez nenhuma menção específica dos exercícios militares conjuntos com os EUA em sua mais recente declaração, mas advertiu que seus militares iriam "lançar uma segunda e terceira fortes retaliações físicas, sem hesitação, se belicistas sul-coreano realizarem imprudentes provocações militares."
O país também afirmou que Washington era a culpa pelos exercícios de artilharia da Coréia do Sul em Yeonpyeong que levou o Norte de responder militarmente na terça-feira.
"Nós não devemos baixar a guarda na preparação para uma outra possível provocação da Coreia do Norte", disse o presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, durante uma reunião de emergência em Seul sobre as repercussões do ataque, segundo um porta-voz presidencial. "Acho que uma provocação norte-coreana similar poderia vir a qualquer momento."
O porta-voz da presidência disse que a Coreia do Sul vai aumentar tropas na Yeonpyeong e em quatro outras ilhas nas águas ocidentais, em resposta ao ataque desta semana, revertendo uma decisão de 2006 pedindo uma eventual diminuição. Seus comentários vieram quando o chefe sul-coreano da Defesa visitou a ilha, localizada a cerca de 80 quilômetros do porto de Incheon, oeste de Seul, mas apenas 11 quilômetros da costa norte-coreana.
Críticas internas
Lee Myung-Bak foi muito criticado pela imprensa e autoridades políticas do país, que consideraram fraca a resposta militar ao bombardeio norte-coreano. "O Sul não poderá ser dissuasivo enquanto continuar falando muito e fazendo pouco em relação a este regime brutal e hostil", afirma um editorial do jornal "The Korea Times".
Críticas internas
Lee Myung-Bak foi muito criticado pela imprensa e autoridades políticas do país, que consideraram fraca a resposta militar ao bombardeio norte-coreano. "O Sul não poderá ser dissuasivo enquanto continuar falando muito e fazendo pouco em relação a este regime brutal e hostil", afirma um editorial do jornal "The Korea Times".
mapa ataque coreias
O editorial destaca ainda "a incapacidade de Seul de punir Pyongyang por sua provocação". O jornal conservador "Korea Joongang" pede a adoção de novas regras de resposta militar contra as "provocações" armadas da Coreia do Norte. "Nosso problema é nossa resposta frágil", acrescenta o Korea Joongang, que lembra que o afundamento de um navio de guerra sul-coreano em março ficou impune no plano militar.
Contexto político
Os Estados Unidos dizem acreditar que as ações da Coreia do Norte foram um ato isolado vinculado às mudanças no comando do país e muitos especialistas avaliam que o governo norte-coreano desfechou os ataques para dar um impulso à imagem de Kim Jong-un, que é inexperiente e pouco conhecido.
Os Estados Unidos dizem acreditar que as ações da Coreia do Norte foram um ato isolado vinculado às mudanças no comando do país e muitos especialistas avaliam que o governo norte-coreano desfechou os ataques para dar um impulso à imagem de Kim Jong-un, que é inexperiente e pouco conhecido.
Kim Jong-il está doente e desesperado para fortalecer seu filho mais novo, indicado em setembro como seu provável sucessor na dinastia familiar, mas que aparentemente não tem claro apoio dos militares.
As duas Coreias deveriam cumprir o armistício assinado ao final da guerra de três anos, mas o Norte não reconhece a linha marítima estabelecida pelas forças da ONU em 1953 e considera as manobras sul-coreanas perto da ilha de Yeonpyeong uma violação do seu território.
O ataque piorou uma animosidade que vinha desde março, quando um navio de guerra sul-coreano naufragou em águas próximas, matando 46 marinheiros, no pior ataque militar contra o país desde a Guerra da Coreia, em 1953.
A ilha Yeonpyeong, lar de bases militares e comunidade de pescadores de 1.300 moradores, parecia uma zona de guerra nesta quinta-feira, com casas e lojas completamente destruídas e as ruas abarrotadas de escombros enegrecidos, esquadrias mutiladas e os vidros estilhaçados.
Centenas de moradores já fugiram da devastação para o continente, mas alguns ainda estavam fuçando nos escombros à procura de pertences pessoais e passando as noites de frio em abrigos subterrâneos.
A Rússia disse nesta quinta-feira (25) que espera que o Conselho de Segurança das Nações Unidas faça uma declaração sobre o ataque da Coreia do Norte nos próximos dias. "Os membros do Conselho de Segurança já estão a realização de consultas sobre esta questão", disse o ministro de Relações Exteriores, Sergei Lavrov, a repórteres em uma coletiva de imprensa em Moscou.
"Espero que nos próximos dias o Conselho emitirá o seu parecer e que isso vá ajudar a acalmar a situação", disse Lavrov.
* Com informações da Associated Press, France Presse e Reuters
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