quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Lula critica criação de ‘blocão’ liderado pelo PMDB


Presidente Lula durante 2ª Conferência Nacional de Economia Familiar nesta quarta-feira (17).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta quarta-feira (17),  após 2ª Conferência Nacional de Economia Familiar, no Planalto, a formação de um “blocão” pelo PMDB na Câmara dos Deputados. Segundo Lula, não de deve “mexer na política” de forma “conturbada”.
“Tenho uma definição de política que é a seguinte: a política é como um leito de um rio. Se a gente não for um 'desmancha-ambiente' e a gente deixa a água correr tranquilamente, tudo vai se colocando da forma como é mais importante. Se as pessoas tentam de forma conturbada mexer na política, pode não ser muito bom”, disse.
Nessa terça-feira (16), foi anunciada a formação de um bloco comandado pelo PMDB que uniria 200 deputados. Além do PMDB, estariam no bloco PP, PR, PTB e PSC. Segundo Lula, a proposta de criar um bloco de aliados, sem a participação do PT, não foi concretizada. “Primeiro, que não aconteceu. Parecia que ia acontecer, mas não aconteceu”, disse.
De acordo com o presidente, os partidos precisam dialogar. “Acho que a hora dos partidos começarem a discutir. Tem 48% de renovação na Câmara e no Senado. [É o momento de discutir] Quem vai ser presidente da Câmara, quem vai ser presidente do Senado. Acho que o papel dos partidos é de conversar.”
Para ele, é preciso criar condições de governabilidade para a aprovação da reforma política. “Temos que começar a fazer a reforma política. O importante é que o país está vivendo uma situação de tranqüilidade. A eleição da Dilma foi extremamente importante, afirmou”, disse.
Equipe ministerial
Lula voltou a dizer que não vai pedir à presidente eleita, Dilma Rousseff, que mantenha ministros do atual governo na próxima equipe ministerial. “Eu não peço e não indico ninguém no governo da Dilma. A Dilma conhece o governo porque ela trabalhou comigo o tempo inteiro. Ela fica com quem ela quiser e tira quem ela quiser”, afirmou.

O presidente afirmou que fazer indicações pode provocar constrangimentos no caso de, futuramente, Dilma querer substituir seus ministros. “Não é correto um ex-presidente pedir para indicar a pessoa. Depois, ela quer tirar e fica: ‘Ah, mas foi indicação do presidente Lula.’”

No entanto, Lula afirmou que dará conselhos à presidente eleita. “Veja, conselho eu dou até pra você, se você me pedir. Até porque conselho é de graça”, brincou.

Questionado sobre se recomendaria a permanência no cargo do presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, Lula afirmou que a decisão cabe somente a Dilma. “O que posso dizer a vocês é que até o dia 31 de dezembro, enquanto eu for Presidente da República, ele será presidente da Petrobras. A partir do dia 1º de janeiro, é a presidenta Dilma que decide.”

Ele afirmou ainda que os presidentes de agências reguladoras que tiverem o mandato terminando ainda neste ano serão substituídos por nomes aprovados por Dilma.

Caças

Lula afirmou também que não definiu a compra dos caças que vão equipar a Força Aérea Brasileira. Suécia, França e Estados Unidos disputam a venda das aeronaves para o Brasil.

O governo brasileiro já manifestou preferência pelos caças franceses. Na semana passada, após a cúpula do G20, em Seul, Lula se reuniu com o presidente da França, Nicolas Sarkozy, para tratar do assunto.
“Acho que é uma decisão importante também e é daquelas decisões que eu não posso tomar faltando um mês e meio para terminar o meu mandato, porque é uma decisão de longo prazo. Vou conversar com a Dilma, vou conversar com o [ministro da Defesa, Nelson] Jobim.”.

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