O ex-presidente da Argentina Néstor Kirchner, que morreu na quarta-feira (27) aos 60 anos de idade após uma parada cardíaca, foi comparado a Juan Domingo Perón e apontado como grande líder político do país sul-americano nas últimas décadas por algumas pessoas ouvidas pel
a redaçao na Plaza de Mayo, em frente à Casa Rosada, sede do governo argentino, na noite de quarta e madrugada desta quinta-feira (28).
O corpo do ex-mandatário argentino chegou a Buenos Aires à 1h50 local (2h50 de Brasília) em um avião no qual viajou também a presidente Cristina Kirchner e o filho mais velho do casal, Máximo. Ele será velado na Casa Rosada a partir das 10h locais (11h de Brasília). O enterro acontecerá em Río Gallegos, em sua província natal, Santa Cruz (sul do país).
Centenas de pessoas compareceram à sede do governo argentino para prestar homenagem ao ex-presidente. Para muitos, a morte foi um choque. “Não esperávamos. É uma lástima para toda a América Latina”, disse Alejandro Monaco, de 43 anos. “Foi o presidente mais importante da Argentina nos últimos 30 anos”, acrescentou sua mulher, Denise Monaco, de 19.
Luciana Sánchez e Veronica Marzano, que seguravam uma faixa em defesa dos direitos dos gays e das mulheres, destacaram que o ex-presidente foi responsável por dar espaço para as minorias na política do país. “Ele defendeu a causa popular”, disse Luciana. “Ele cristalizou o processo democrático, dando visibilidade para os grupos minoritários”, ressaltou Veronica.
Para o casal Ricardo Portillo, de 57 anos, e Luz María Pires, de 53, a morte “é uma perda irreparável para os argentinos e os latino-americanos. “Certamente, depois de Perón, Kirchner será alguém que os peronistas se recordaram como um de seus máximos líderes”, afirmou Portillo, destacando que é “preciso aprofundar o modelo implantado pelo ex-presidente”.
“Com Néstor Kirchner, o povo estava protegido. Os humildes e mais necessitados existiam em seu governo”, contou Luz María, que nasceu no Uruguai, mas imigrou para o país vizinho ainda na época da ditadura. “Ele foi um grande líder, estadista, que soube defender os interesses de seu povo”, acrescentou a mulher.
O boliviano Carlos Guzmán, de 55 anos, e sua irmã Isabel Loayza afirmaram que o ex-presidente fez muito por eles e seus compatriotas. “Por isso, estamos aqui. Ele fez um governo popular, valorizando também os imigrantes”, ressaltou Guzmán, que pretendia dormir na Plaza de Mayo até abertura do velório para o público.
Uma das poucas vozes destoantes foi Antonio Pérez, de 39 anos, que disse não lamentar a morte do político. “Ele sabia que estava doente e não se cuidou”, afirmou. “Sabíamos que ia morrer dessa forma. Ele erra um animal político. Não conseguia ficar longe da política, apesar de estar com a saúde debilitada”, finalizou Pérez.
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