Moradores que vivem na favela Real Parque, atingida por um incêndio de grandes proporções na manhã desta sexta-feira (23), contaram que pelo menos dois barracos haviam pegado fogo no fim desta madrugada. Ainda de acordo com eles, o fogo foi apagado rapidamente pelos próprios moradores.
No entanto, por volta das 10h15, um incêndio começou em outro local da favela destruindo diversos barracos. Por volta das 12h, o incêndio ainda não tinha sido controlado e começou a chover na região. No horário, não havia registro de vítimas.
“O fogo começou logo cedo, do lado de trás da favela, perto de um lixão, mas logo foi apagado. Achei que não era nada e fui trabalhar. Depois me ligaram às 10h dizendo que tinha fogo de novo. Só consegui entrar para pegar a bolsa e os documentos. Perdi todo o restante do que tinha em casa. Em sete anos que moro aqui, nunca tinha visto um negócio desses”, disse a moradora Lúcia da Silva.
Amanda Alves Nascimento, também moradora do local, de 59 anos, também perdeu tudo.
“Sai hoje de manhã pra trabalhar, em um restaurante perto. Nunca saio de casa com os documentos, mas bem hoje eu sai com o titulo de eleitor e o RG. Fiquei só com isso e com a roupa do corpo. Não sobrou nada. Quando cheguei estava pegando fogo no telhado da minha casa. Tentei entrar, mas os bombeiros me arrastaram”, afirmou.
“Sai hoje de manhã pra trabalhar, em um restaurante perto. Nunca saio de casa com os documentos, mas bem hoje eu sai com o titulo de eleitor e o RG. Fiquei só com isso e com a roupa do corpo. Não sobrou nada. Quando cheguei estava pegando fogo no telhado da minha casa. Tentei entrar, mas os bombeiros me arrastaram”, afirmou.
“Teve um início de fogo na madrugada, mas foi controlado. Fui trabalhar e minha família me ligou falando sobre o incêndio. Só deu tempo de salvar minha cachorra. Minha filha conseguiu entrar em casa, mas logo a mandaram sair. Não consegui tirar nada”, contou Maria Batista de Souza Neves, 42 anos, moradora da favela.
Os bombeiros estão tentando conter os moradores da favela, que tentam entrar nos barracos para pegar seus pertences. De acordo com a subprefeitura do Butantã, cerca de 300 famílias, ou 1.500 pessoas, moram na região atingida pelas chamas.
O morador e integrante do conselho gestor de urbanização da comunidade, Washington Bezerra, diz que há um ano começou a negociação de um processo de reurbanização para retirar os moradores da favela e levá-los para o programa de bolsa-aluguel. Segundo ele, por enquanto isso ainda não foi aprovado. Bezerra contou o incêndio atingiu o “alojamento”, um local construído para abrigar os moradores provisoriamente durante a construção de um conjunto habitacional na região.
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