Cerca de 150 famílias ligadas ao MST (Movimento dos Sem Terra) ocupam, desde às 5h30 da manhã desta terça-feira (15), a fazenda Cambará, em Santa Luzia do Pará, onde um trabalhador rural foi assassinado no início deste mês. Esta é a quarta ocupação no local.
A área de quase sete mil hectares da fazenda fica localizada na gleba federal Pau de Remo. No último dia 3, dois militantes do MST sofreram um atentado no local. José Valmeristo foi assassinado e João Batista Galdino conseguiu escapar. O MST acusa Josué B., que possui título de parte da terra, de ser o principal mandante do crime. Quatro pesssoas envolvidas no crime, inclusive o filho do suposto mandante, Marcos B., estão presos temporariamente. Ele está no alojamento do Corpo de Bombeiros e os três pistoleiros estão no presídio de Americano.
Os trabalhadores rurais cobram a manutenção da prisão dos acusados e pedem também proteção a João Batista Galdino, também vítima e testemunha do crime. Além disso, o MST exige a desapropriação da fazenda Cambará. No local, os sem terra criaram o acampamento Quintino Lira, onde pretendem desenvolver a agricultura familiar.
Outro lado - Incra e Iterpa se comprometeram a agilizar a destinação da Gleba Pau do Remo para fins de reforma agrária.
A área da fazenda Cambará possui um título de 1994, concedido pelo Iterpa, o qual garante a propriedade da terra a um particular. Segundo a assessoria de imprensa do Incra, essa área é de propriedade da União. De acordo com o órgão, em 1982, as terras foram arrecadadas pelo Incra e registradas nos cartórios de Viseu e Ourém.
Ainda segundo a assessoria do Incra, a reivindicação do MST já estava sendo trabalhada e o caminho agora é judicial para retomada da área. 'Vamos propor que eles desocupem a sede para darmos prosseguimento ao processo. Caso não se chegue a um acordo, o órgão deve solicitar reintegração de posse', disse o assessor de imprensa, Herbert Marcus.
Segundo ele, o Incra vai realizar um levantamento cartorial para verificar a validade do título do proprietário.
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