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Depois da secretária de Estado, Hillary Clinton, do procurador-geral, Eric Holder, e do comandante militar dos EUA no Afeganistão, general David Petraeus, o presidente americano, Barack Obama, entrou em cena para tentar frear o pastor evangélico que pretende queimar Alcorões para marcar o aniversário dos atentados de 11 de setembro de 2001.

Em entrevista à rede de TV abc, Obama disse esperar que Terry Jones "entenda que este é um ato destrutivo" e afirmou que ele ajudará terroristas se levar a ideia adiante, como já garantiu que pretende fazer.

- Se ele estiver ouvindo, espero que entenda que o que está propondo é completamente contrário aos valores americanos - disse o presidente. - Isso é uma fonte de recrutamento para a al-Qaeda. Você pode ter sérios problemas de violência em lugares como Paquistão ou Afeganistão. Isso pode aumentar o recrutamento de indivíduos que podem querer se explodir em cidades americanas ou europeias.

A chancelaria do Paquistão já condenou oficialmente o plano do pastor, que detonou uma série de protestos no mundo islâmico e levou o presidente indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono, a escrever uma carta para Obama, fazendo um apelo para que ele interceda no caso.

- É uma situação muito perigosa e estamos muito preocupados - disse o porta-voz da Presidência indonésia, Teuku Faizasyah, segundo a rede CNN.

O grupo radical muçulmano indonésio Front de Defensores Islâmicos ameaçou lançar uma sentença de morte contra o pastor Terry Jones se ele levar adiante o seu plano.

- Isso não é um problema entre muçulmanos e cristãos, mas entre Terry Jones e a humanidade - disse Sabri Lubis, secretário-geral do grupo indonésio.

Além de Paquistão e Indonésia, uma das nações muçulmanas mais populosas do mundo, o governo do Bahrein - onde fica a Quinta Frota dos EUA - também condenou a ideia do religioso. Em comunicado, a chancelaria do país classificou o plano do pastor como um "ato vergonhoso que é incompatível com os princípios da tolerância e da coexistência".

No Paquistão, cerca de 200 pessoas realizaram protestos na cidade paquistanesa de Multan, queimando a bandeira americana. Também houve protestos na Indonésia. Na Índia, o Ministério do Interior solicitou aos meios de comunicação que sejam moderados ao noticiar o caso. Terry Jones afirma que seu plano é "necessário" e seu objetivo é alertar os EUA contra o risco do radicalismo islâmico.



Com informações de OGlobo